5 perguntas para Dudu Barreto
Conheça os planos do novo Diretor de Enduro da CBH para
os próximos anos do esporte no Brasil
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Apaixonado por cavalos desde criança, endurista há 15 anos, médico veterinário, sócio da Chevaux e engajado na causa do crescimento dos esportes equestres no país, Eduardo Xavier Barreto Júnior (Dudu Barreto),assumiu em 1º de janeiro de 2017 o cargo de Diretor de Enduro da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH).
Confira nossa conversa sobre os planos para este ano, a gestão na CBH e as expectativas para o novo trabalho:
Como você vê o cenário do Enduro brasileiro hoje e quais são as expectativas e planos para 2017?
Vejo o Enduro hoje voltando a crescer. É um momento muito bom, em que estados que estavam adormecidos estão passando por um momento de reestruturação do esporte, com diretores das Federações muito engajados em fazer a modalidade retomar o caminho do crescimento.
O Rio de Janeiro, por exemplo, se organizando melhor, deverá ter boas provas. O Rio é importante para o Enduro brasileiro, foi um dos pioneiros no esporte, tiveram muitos cavaleiros representando o Brasil em campeonatos mundiais. É um estado em que o Enduro sempre teve muita tradição, investindo em organização voltará a ter resultados expressivos novamente. Acredito que cada estado tem que trabalhar internamente o seu esporte, e a minha proposta como diretor de Enduro da CBH é trabalhar muito próximo dos diretores regionais, contribuindo ao máximo para que eles tenham as ferramentas necessárias para fazer o esporte crescer em seus estados. |
O que você falaria para convidar as pessoas a se engajarem no fomento do esporte?
O que eu costumo dizer é que se cada endurista levar um amigo vamos ter o dobro de participantes, e isso é uma progressão geométrica. É um esporte em que, quem tem a primeira experiência, se apaixona. Por isso, projetos como o Enduro Experience, realizado pela Chevaux em Brasília, são interessantes e vários estados podem implementá-lo, podem buscar parceiros para que isso aconteça.
Em São Paulo, este ano, está havendo o engajamento dos proprietários dos Haras em investir no esporte. Em cada local onde vão acontecer provas FEI, os Haras estão assumindo os custos e a organização junto com o IEB (Instituto Enduro Brasil). não tenho dúvidas que isso é importante e necessário para o esporte, porque a parte financeira no Enduro é um enorme desafio.
São Paulo e Minas Gerais também estão implantando políticas de fomento, com provas muito convidativas para iniciantes e criadores de outras raças, o que é muito importante para o fomento. Então é isso, o crescimento do esporte depende de todo mundo, desde as federações, os organizadores, incluindo o engajamento dos praticantes... Não tem propaganda mais efetiva do que o “boca a boca”. Se a pessoa tem a experiência de participar de uma prova de Enduro, vai gostar muito, e muitos continuarão na prática deste esporte. É o que temos vivenciado em Brasília e em outros estados.
Pode haver conflito entre os interesses do Dudu, sócio da Chevaux, e o Dudu, diretor de Enduro da CBH?
O intuito da Chevaux, desde o início, foi o fomento e a estruturação do esporte. Quando falamos em fomento, é comum pensar só nas pessoas que estão entrando, mas o fomento do esporte envolve as duas pontas, o profissional e o iniciante. Precisamos cuidar das duas pontas do esporte o tempo inteiro, e esse sempre foi o objetivo da Chevaux. Acredito que, justamente, o trabalho desenvolvido na Chevaux tenha sido um dos principais motivadores para que eu fosse convidado para ser o diretor de Enduro da CBH. Por isso, não acredito em conflito de interesses, mas em convergência de interesses. O objetivo da Chevaux é o crescimento do Esporte, como também o da CBH, e se o interesse e o objetivo são comuns, então não existe conflito. O investimento em uma administração participativa e transparente, baseada em informações claras e tempestivas contribuirá ainda mais para o alcance dos objetivos a serem estabelecidos para o Enduro Equestre no Brasil.
Nós sempre falamos em Paraná, Brasília, São Paulo, Rio e Minas. Existe algum projeto para levar o esporte para outros estados?
Um estado que já fez provas importantes no Enduro foi o Mato Grosso do Sul, lá na Fazenda Engenho. Sempre foi uma prova muito esperada, em uma região maravilhosa. O pessoal do Nordeste já nos procurou algumas vezes também, e nós estamos abertos para essas federações. Todas aquelas que quiserem ter o Enduro em suas regiões serão muito bem-vindas, mas entendo que, em um primeiro momento, o foco deva ser o fortalecimento das regiões onde já existe a prática do Esporte, buscando depois o investimento na ampliação para outras regiões.
Estaremos muito atentos ao fomento e àestruturação do esporte regionalmente, acredito que a pirâmide precise voltar ao formato correto, com mais iniciantes do que atletas de ponta, mas isto não significa que não é necessário pensar nos atletas de alto rendimento, na formação das Equipes Brasileiras e na busca de bons resultados. O Esporte precisa ser inteiro e gerar motivação para todos os praticantes e investidores.
Já sabe como você vai estruturar uma equipe para trabalhar com você?
Talvez eu seja o diretor de Enduro mais jovem da história da CBH e esse é um cargo de muita responsabilidade, por isso, como já disse anteriormente, o caminho passa por investir em uma gestão participativa, sempre buscando a opinião e sugestão de pessoas experientes e estabelecendo e estimulando o uso de canais de comunicação com a Diretoria de Enduro da CBH.
Como no Brasil o Enduro émuito jovem, temos a oportunidade de ter à nossa disposição os fundadores do esporte no país, que tem muito conhecimento e vem adquirindo experiência na disciplina desde a primeira prova de Enduro aqui realizada. Pessoas que até hoje participam e contribuem muito para o desenvolvimento do Esporte. Já estou conversando com alguns e ainda vou conversar com outros, entre eles estão o Léo Steinbruch, Renato Salvador, Olavo Maciel, Silvio Arroio, Cida Gazola, dentre muitos outros.
A proposta é de, a partir desta interação e ouvindo as sugestões, estabelecer os objetivos, montar a Equipe de trabalho e apresentar para discussão um Plano de Ação, inicialmente para o biênio 2017/2018, que será acompanhado e permanentemente atualizado, sempre mantendo uma visão mínima para os próximos dois anos que inclua os objetivos, calendários de provas e eventos relevantes, políticas de fomento, Equipe Brasileira, etc.
Pretendo apresentar a proposta de Plano de Ação para a Comunidade do Enduro o quanto antes.
Fonte: http://chevaux.com.br/ |